Cultura

Igreja precisa da continuidade de “um bom pastor”, diz padre Yago sobre sucessão do papa Francisco

Apesar das especulações sobre quem poderá suceder o papa Francisco, o padre Yago Carvalho de Souza, da Catedral Metropolitana de Natal, ressalta que a escolha do novo pontífice é guiada pelo Espírito Santo e deve priorizar a continuidade de “um bom pastor”. A declaração foi dada durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal, nesta terça-feira (22).

“É o Espírito Santo que guia a Igreja. Muitos nomes são colocados pela mídia como possíveis papas, inclusive alguns brasileiros, mas é o Espírito Santo que guia. Este é um primeiro conclave cuja geopolítica está muito bem espalhada. Basta olharmos, por exemplo, para o Brasil: tem cardeal do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Brasília”, destacou.

O processo de escolha do papa ocorre por meio do conclave, que deve ser convocado em até 20 dias após a morte do pontífice. Participam apenas os cardeais com menos de 80 anos, que se reúnem no Vaticano em absoluto sigilo. Durante o período, eles ficam totalmente isolados e fazem um juramento de confidencialidade. As votações são realizadas dentro da Capela Sistina, em duas sessões diárias. Para a eleição de um novo papa, é necessário que o candidato receba ao menos dois terços dos votos dos cardeais presentes.

Na avaliação do padre Yago, o papa Francisco ampliou a representação geopolítica da Igreja ao nomear cardeais com visões diversas e de várias regiões do mundo. Questionado sobre o perfil ideal do próximo papa, ele defendeu a continuidade de um pontífice com características semelhantes às de Francisco. “Um papa que cuide, acalente, que cuide do clero, dos sacerdotes, dos padres, dos bispos e fale com amor e misericórdia, assim como o papa Francisco”, afirmou.

O padre também comentou sobre a decisão de Francisco de ser sepultado fora do solo do Vaticano — uma escolha que, segundo ele, revela a simplicidade do pontífice e seu desejo de igualdade entre os cristãos. Embora não seja o primeiro papa a fazer essa opção, o gesto não era registrado há cerca de 300 anos.

Yago destacou ainda que o papa argentino deixa como legado o diálogo com diferentes setores da sociedade, inclusive com aqueles que não compartilham da mesma visão de mundo. Francisco esteve em aproximadamente 65 países, a maioria com população católica minoritária.

Durante seu pontificado, o papa também ganhou projeção ao defender o acolhimento de pessoas homossexuais na Igreja. Chegou a ser questionado sobre sua postura política e ideológica, ao que respondeu que sua conduta é baseada no evangelho. “O papa Francisco disse: ‘Eu não tenho uma postura própria, eu sigo o evangelho. Aquilo que o evangelho aponta como misericórdia e compaixão, também quero fazer uso na minha vida’”, relembrou o padre Yago.

Fonte Tribuna do Norte