Maduro diz que González é responsável ‘direto’ por violência, pelos mortos e por destruição na Venezuela: ‘A Justiça vai chegar’
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que seus opositores, Edmundo González e María Corina Machado, são responsáveis pela violência, pelos mortos e pela destruição ocorridos no país desde as eleições, no domingo (28). “A Justiça vai chegar”, disse Maduro durante reunião conjunta do Conselho do Estado nesta terça (30).
Protestos da oposição tomaram a Venezuela desde a divulgação, na segunda (29), pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dos resultados das urnas, que deram a vitória ao atual presidente com 51,2% dos votos. A oposição e a comunidade internacional questionam os números do CNE e pedem transparência (leia mais abaixo). A Organização dos Estados Americanos (OEA) também disse que não reconhece o resultado das eleições.
As manifestações se espalharam por todas as regiões do país nesta terça e tiveram pelo menos 11 mortos e dezenas de feridos até o momento, segundo ONGs. Corina Machado e González lideraram um protesto em frente à sede da ONU em Caracas. Mais de 700 manifestantes foram presos no país desde as eleições, segundo o procurador-geral da Venezuela.
O presidente venezuelano também anunciou o posicionamento imediato das forças armadas e policiais nas ruas e comunidades do país, o que chamou de “marco da 2ª fase do plano República'”. “Quero os ver nas ruas até que haja a consolidação do plano de paz”, disse Maduro. Ele prometeu penas de até 30 anos para os manifestantes presos: “passarão, no mínimo, de 15 a 30 anos na prisão e desta vez não haverá perdão.”
O presidente venezuelano afirmou também que o país está sofrendo uma tentativa de desestabilização.
Nicolás Maduro diz que Venezuela está sofrendo uma tentativa internacional de desestabilização em reunião conjunta do Conselho de Estado, em 30 de julho de 2024. — Foto: Reprodução/Maduro no Youtube
O presidente afirmou que a oposição, apoiada pela comunidade internacional, “pretende tomar o poder de maneira violenta” e alegou que diversas sedes do Conselho Nacional Eleitoral foram alvos de grupos criminosos, os quais ele chamou de terroristas. As sedes do CNE teriam máquinas queimadas e funcionários eleitorais agredidos.
Maduro também parabenizou o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, pela aprovação de um projeto de lei do legislativo que reconheceu o resultado das eleições divulgado pelo CNE.
“A batalha do 28 de julho é uma batalha definitiva contra o fascismo, o ódio, a intolerância, e aqueles que querem impor uma guerra civil na Venezuela, um golpe de Estado, e que querem fomentar a divisão no país”, afirmou o presidente venezuelano.
O presidente disse que “todo o narcotráfico” colombiano está apoiando González e chamou o candidato de oposição de “Guaidó 2.0”. Juan Gerardo Guaidó Márquez é um ex-presidente interino da Venezuela.
Maduro chamou González de covarde e o responsabilizou também pela derrubada de monumentos de figuras históricas venezuelanas, como Hugo Chávez. “Responda, covarde. Tem que haver Justiça neste país, e a Justiça é o caminho para a paz. E não descansarei até que haja Justiça e respeito à Constituição. Venezuela vencerá este facínora, vencerá os terroristas e o país terá paz e tranquilidade”, afirmou o presidente.
Ele também anunciou a criação de duas comissões especiais:
- Uma para avaliar, com assessoria da Rússia e da China, o sistema de biossegurança da Venezuela e os ataques ao sistema de comunicação da CNE, ao qual acusou Elon Musk, dono do X, de estar por trás;
- Outra, comandada pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e composta por especialistas em tecnologia e pela casa legislativa, para defender a opinião pública da Venezuela nas redes sociais.
Fonte G1